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T.A.T.T.O.O.: A Flor da Pele

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Um pouco sobre a edição

Um quadrinho que retrata o burnout, a depressão e o vazio existencial tatuados em nós

T.A.T.T.O.O. – À Flor da Pele, a nova história em quadrinhos de André Diniz, autor de Revolta da Vacina (DarkSide® Books, 2021), Sete Vidas e da premiada HQ Morro da Favela, nasce com um grito particular, uma cicatriz recente que aborda um problema enfrentado em silêncio por muitos de nós. A depressão e o esgotamento mental são muitas vezes minimizados e não percebidos, levando a pessoa a um sofrimento prolongado de letargia e raiva diante dos enfrentamentos mais simples da vida. Uma condição mental que nos fragiliza e congela diante de tudo e de todos.

André Diniz não tem nenhuma tatuagem no corpo, mas sabe bem o que é viver e desaparecer no centro de uma metrópole caótica. Em T.A.T.T.O.O. – À Flor da Pele, o autor explora com delicadeza e maestria uma situação pessoal, que se tornou ainda mais urgente após as consequências que enfrentamos, passados mais de dois anos do início da pandemia de Covid-19. Com seu traço e narrativa inconfundíveis, ele demonstra que através da arte e do auxílio de profissionais médicos experientes podemos encontrar a cura para dores e questionamentos que nos consomem e podem amaldiçoar a grandeza de nossa existência.

Ramsés, o protagonista desta história, é um tatuador quarentão do centro velho de São Paulo, onde mais de 20 milhões de pessoas sobrevivem em meio à violência, aos contrastes sociais, à poluição sonora e à fumaça gerada por 7 milhões de veículos. Entre o caos urbano e as cobranças da vida moderna, Ramsés aos poucos tem a rotina e o trabalho paralisados por uma fadiga crônica física e mental, uma paranoia crescente que transborda ódio e antigos rancores, tratando inclusive o filho e sua namorada de maneira equivocada. Ao longo da história, o protagonista relembra momentos importantes de sua infância e adolescência no Rio de Janeiro, antes da mudança para São Paulo, a amizade de pensamentos utópicos e idealista com o paulista Jupará, com quem publicava o fanzine Letal.

A questão, que parecia já superada, retorna com carga total, junto com outros traumas e fobias. A epidemia de depressão galopante e o consumo excessivo de remédios nas grandes metrópoles são os coadjuvantes dessa história, que é contada com uma voz jocosa e mordaz, evocando as experiências do autor. T.A.T.T.O.O. – À Flor da Pele é uma história capaz de codificar os vazios e aflorar uma compaixão um pouco esquecida nos dias de hoje.